terça-feira, 19 de março de 2013

Palestra: relação com as marcas nos meios digitais



Essa semana fui em uma palestra interessante oferecida pela Microsoft e pelo GP (Grupo de Planejamento). A idéia era mostrar os resultados de dois estudos da Microsoft sobre o comportamento do consumidor no meio digital (multi-telas), sua relação com as marcas e, para fechar, alguns Planners debateram sobre o papel e desafios do planejamento nesse cenário.

O estudo da Microsoft é bem interessante e, para mim, aprofunda e complementa de forma qualitativa o estudo do Google feito para os livros ZMOT que têm uma abordagem um pouco mais quantitativa. Para quem quiser ler, os resultados da Microsoft estão disponíveis em: http://advertising.microsoft.com/insights?s_int=us_prem_homepage_insightsbottom

O mais relevante, na minha opinião, é a parte que eles estudam os motivadores do comportamento multi-telas:
-68% estão "garimpando conteúdo", usando duas ou mais telas para ver conteúdos não relacionados entre si e tendo uma sensação de eficiência (aproveitar bem o tempo). Exemplo: vc manda um sms para um amigo enquanto vê tv.
-57% estão investigando e descobrindo, usando duas ou mais telas para buscar mais informações e complementar seu conhecimento sobre determinado conteúdo. Exemplo: vc vê um programa de culinária enquanto busca uma receita em seu tablet.
-46% estão em uma "jornada quantum" (referência à mecânica quântica: fluidez e supercondutividade), isto é, começando uma atividade em uma tela e continuando em outra, buscando experiências em outras telas. Exemplo: vc troca SMS com amigos sobre ver um filme e depois vai para o PC comprar o ingresso.
-39% estão em uma teia social, isto é, compartilhando e conectando, sendo que tudo gira em torno de um conteúdo principal. Exemplo: vc vê sua série predileta na tv enquanto usa o twitta sobre ela no seu celular.

Deste estudo saem alguns insights para quem trabalha com planejamento de comunicação (nas agências e no marketing das empresas):
-O storytelling fica cada vez mais importante. Refletir sobre qual história e como sua marca vai conta-la através dos possíveis "canais" é um dos grandes desafios do planejamento.
-Cresce a importância de um planejamento mais estratégico (como vamos contar a história, em quais canais...) em detrimento ao planejamento mais conceitual (focado no insight criativo).
-Considerando os diferentes e mutáveis modos de relacionamento dos consumidores com os diversos "canais"existentes hoje, é essencial buscar um trabalho cada vez mais integrado com a Mídia e com monitoramento constante para guiar ajustes nas ações "em tempo real".
-Buscar um aprofundamento constante no comportamento do consumidor alvo para poder entregar o conteúdo certo, na hora certa e no "canal" certo.

segunda-feira, 11 de março de 2013

De onde vêm as boas idéias: refletindo sobre inovação.

Semana passada comecei um curso de Antropologia, Cultura e Inovação. E eu, como boa curiosa, já estou buscando leituras sobre inovação há algumas semanas para ter muita pergunta para fazer quando a aula desse assunto chegar ;o) A verdade é que o assunto está na moda então existem muitas opções de livros e matérias sendo publicadas por aí. Do que li e vi até agora, achei mais relevante os seguintes pontos:



O livro "De onde vêm as boas idéias", de Steven Johnson, está bem resumido no vídeo
http://www.youtube.com/watch?v=uH_C5pY_-k8. Com seus estudos, o autor percebeu que muitas idéias inovadoras surgem a partir de um "palpite lento e parcial", isto é, um palpite que vc teve há tempos e que só depois de ter outros palpites e/ou ouvir os palpites de outras pessoas é que esse palpite inicial toma corpo e surge em uma visão mais completa e estruturada (um bom exemplo disso é o processo de criação da internet). Este estudo mostra a importância das empresas e pessoas estarem abertas à criação de espaços e ferramentas de conexão e troca de idéias onde essas possam se misturar, se combinar e gerar novas formas (inovações).

Este princípio está completamente conectado com o livro de Debra Kaye, comentado na matéria da Fast Company: http://www.fastcompany.com/3006322/why-innovation-brainstorming-doesnt-work
Neste livro, a autora questiona o brainstorm convencional, na sala de reunião, explicando porquê é um engano achar que este tipo de reunião pode ajudar a trazer idéias inovadoras. Nos brainstorms convencionais há muita pressão, influência dos outros e uma atmosfera de associações muito restrita. Psicológos inclusive comprovaram como as associações surgidas nestas reuniões são previsíveis e convencionais. Isso porquê novas idéias surgem com mais facilidade quando seu cérebro está relaxado, envolvido com outro assunto diferente do "problema tema da reunião" e conectado com outras pessoas e informações muitas vezes de fora da sua empresa.

Depois disso, me pergunto se  não é mais proveitoso sair da sala de reunião e ter novas "formas de brainstorm" como: mergulhar no universo do consumidor e explorar o uso dos produtos (concorrentes e outras categorias), oferecer um "dia livre" ao colaborador,  usar redes sociais, blogs e outras ferramentas de interação entre pessoas de dentro e fora das empresas para troca de informações... Será que as empresas estão realmente preparadas e existe uma cultura organizacional que estimula/ incorpora a inovação?